Negocios

Entrevista com Marcos Augusto Pinto de Oliveira da GE Healthcare

Robson Cristian
Escrito por Robson Cristian em 25 de março de 2016
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#BastaFazer1: Marcos Augusto Pinto de Oliveira

O Marcos Augusto é um executivo experiente, bem formado, altamente premiado e com passagens pelo Google, Telefonica, BASF, Hospital Israelita Albert Einstein e GE Healthcare, onde é diretor de marketing de produto para a América Latina. Na entrevista abaixo, você perceberá o que fez ele chegar tão longe e, de quebra, receberá algumas dicas valiosas que podem ajudá-lo a ser tão bem sucedido quanto ele.

Como foi o seu início de carreira e o que te fez escolher a área de marketing?

O início foi tortuoso, eu (…e quase todo mundo…) não tinha certeza do que queria fazer aos 17 anos, e apostei na estratégia de “tentativa e erro”: fiz estágios em grandes agências de publicidade, fui empreendedor logo após a faculdade (a empresa quebrou!), e finalmente busquei as multinacionais para ter experiências de conhecer novos países, pessoas e culturas. O marketing veio por acaso, após uma atração pelo processo criativo das agências que me levou a cursar comunicação social e consequentemente aos estágios em publicidade, descobri que o que me interessava mesmo, naquele momento, eram os números, os problemas, os resultados, e as vendas e isso tudo me direcionou para empresas de bens de consumo e B2B onde encontrei maior satisfação pessoal, e onde continuo até hoje.

Você já trabalhou com marketing em diversos segmentos. Quais foram as principais diferenças que você notou entre eles?

As empresas e os mercados sempre serão diferentes, mas acredito que o maior desafio seja a diferença de cultura entre as empresas, e isso varia drasticamente conforme a nacionalidade da empresa, o porte, os valores e os segmentos que elas estão inseridas. Eu busquei sempre empresas onde a cultura estava alinhada com os meus valores pessoais, o que me fez transitar por diferentes segmentos sempre com confiança. Apesar dos segmentos serem diferentes, a maioria dos desafios e problemas que encontrei tinham sempre alguma semelhança, e busquei ser um bom “solucionador de problemas” para ter sucesso independente do segmento. Além disso, sempre há uma aprendizado na experiência anterior que será valioso para a próxima.

Há alguns anos você lida com outros países da América Latina como o México, a Colômbia e o Peru. Como é esse desafio na prática? Qual é a sua dica para quem almeja uma carreira de marketing internacional?

Na minha visão, o principal desafio é conhecer não só o ambiente de negócios dos diversos países, mas também as diferenças culturais e sociais de cada região. Isso faz uma diferença tremenda na capacidade de liderar, ser aceito pela organização, entender as motivações das pessoas e tomar decisões mais eficientes de acordo com a realidade de cada país. Para liderar na América Latina, não basta simplesmente aprender espanhol (existem mais de 34 maneiras diferentes de falar uma palavra simples como “pipoca” nos países de língua hispânica na América Latina), mas sim entender que entre o México e a Colômbia há muito mais diferenças que semelhanças. Até mesmo as viagens de turismo podem ajudar a construir este entendimento.

Ser diretor de marketing em empresas admiradas como o Google e a GE Healthcare é o sonhos de muitas pessoas. Como alguém se prepara para tal função?

Não acredito que haja uma “receita de bolo” para isso, mas algumas coisas fizeram a diferença na minha experiência pessoa: 1) Estar sempre disposto a assumir riscos na carreira; 2) Sempre ter curiosidade e vontade de aprender; 3) Construir bons relacionamentos, 4) Liderar através de exemplos; 5) Honrar os compromissos, manter uma boa correlação entre “Falar” e “Fazer” (“Say / Do” Ratio).

O mundo como um todo tem mudado devido a “transformação digital”. Que futuro você enxerga para o departamento de marketing? O que você está esperando acontecer nos próximos 10 anos?

O marketing está claramente caminhando para ser uma carreira cada vez mais analítica, baseada em dados, e vai lentamente se aproximando das carreiras de Finanças e TI (Tecnologia da Informação), o que em um primeiro momento traz grandes benefícios em torno de visibilidade e retorno dos investimentos. Por outro lado há de se lembrar sempre (por mais surreal que isso pareça) que tanto os consumidores, quanto os funcionários serão sempre “seres humanos”, pessoas que tem um coração, uma mente, aspirações e desejos, que vão além da racionalidade extrema. As empresas que tratá-los simplesmente como máquinas, números ou métricas, terá sua longevidade seriamente comprometida.

Quais as principais ferramentas tecnológicas ou métodos que você, como diretor de marketing da GE Healthcare, utiliza em seu trabalho para ser mais produtivo?

Três dicas:

Para gerenciamento de tempo eu utilizo bastante a técnica “Pomodoro” de gerenciamento do tempo. Ela é tão simples, que parece até estúpida, mas é bastante eficaz para aumentar a produtividade e você sempre termina o dia com a sensação de “dever cumprido”.

Sua caixa de emails é um vilão da produtividade, dedique dois pedaços do dia (de preferência pela manhã e ao final do dia) para responder seus emails e o resto para “trabalhar” efetivamente. Uma dica importante é a técnica Inbox Zero, que pode ser vista aqui.

Outro grande inimigo da produtividade é o excesso e a duração de reuniões, busco fazê-las somente quando EXTREMAMENTE necessário, recuso as que não sou extremamente relevante e em 99% dos casos faço-as em até 30 minutos. Muitas vezes um telefonema de 5 minutos pode eliminar uma reunião de uma hora.

Você tem alguma sugestão de leitura para os nossos visitantes?

Eu sugiro o “The McKinsey Way” do Ethan M. Rasiel que é um livro de fácil leitura que mostra de maneira ilustrativa os métodos da McKinsey para estruturação e resolução de problemas. Os conceitos podem ser aplicados em qualquer carreira, e eu tive a sorte de ler no início da minha trajetória profissional, e os princípios mostrados lá influenciaram diretamente a maneira de abordar e resolver problemas complexos nas empresas por onde passei (e na minha vida pessoal também).

Para finalizar, qual conselho você daria para o Marcos Augusto lá no início da carreira?

  1. Seja curioso como uma criança… faça (milhares) de perguntas…
  2. Acredite que não existem perguntas estúpidas (“Por que?” é sempre a pergunta mais simples, porém geralmente é a mais difícil de ser respondida)
  3. Tenha sempre “fome” de aprender e…
  4. Mantenha seus amigos e sua família em primeiro lugar… ”seu emprego é a coisa mais importante, dentre as menos importantes”.

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